terça-feira, 26 de março de 2013

Odeio Sopa (Mafalda dixit)




Toda (ou quase toda) a gente tem um trauma de infância em relação à comida. Pode não ser nada de muito trágico, mas não é raro chegar a crescido com um odiozinho de estimação a determinado cheiro, sabor, textura de um alimento qualquer.

A sopa é o meu trauma de infância! Não gostava de a comer, mas comia-a pelos olhos (e não com os olhos). Para mim era um momento de perfeita tortura, com requintes de malvadez, em que a colher quase entrava pela goela abaixo. O perfeito horror. E porquê? E para quê? Não sei. Sei que nunca me recompus verdadeiramente do trauma. 

Claro que ao longo da minha rica vida fui comendo sopa... mas sempre passada, melhor dizendo creme de legumes, vá, sopa de bebé... Custa-me muito comer aquele entulho de legumes, não dá. Claro que sei que a sopa faz bem, que ajuda muito a saciar a fome, que é uma boa amiga para controlar o peso, etc., etc., etc.... Eu sei disso tudo! Sei também que não tenho jeito para fazer sopa. Acho que faz sentido. Não gosto de a comer, não a sei fazer.

Não me safo muito mal na cozinha (dizem), mas sei bem que nem sempre corre como gostaria (em casa tenho um barómetro infalível). Também me ponho a jeito. Que mania a minha de não provar a comida enquanto a cozinho! Há muitas coisas que não sei fazer na cozinha, são mais as coisas que não sei do que as que sei (mas quero aprender). A sopa é uma dessas coisas que não sei fazer bem. Raramente me sai bem. Não, não me digam que é só pôr os legumes a cozer, juntar sal e azeite. Não pode ser só isso. Se fosse eu era mestre em sopas.

Em janeiro, em jeito de resolução de ano novo, resolvi que ia mudar os meus hábitos alimentares. Mentira, eu decidi que devia fazer dieta, devia emagrecer. A solução, a "receita" implica comer sopa a todas as refeições (e só depois o prato e a fruta). A todas! Maldição! Eu odeio sopa! A verdade é que ao fim de 9 semanas e meia (!!!) nota-se que estou a portar-me bem. Aliás, refeição sem sopa não é a mesma coisa, parece que fica a faltar algo, como se não ficasse satisfeita. Quem diria!

Perfeito, perfeito era saber fazer. Sim, porque mesmo não saindo muito bem eu como. É sopinha de bebé, creme de legumes... O J. é um querido. Eu sei que ele não gosta da minha sopa, mas eu também não... Por incrível que pareça, a última não calhou muito (muito) mal. A consistência aceitável, o sabor menos mau, uns bróculos a boiar... O aspeto é o que se vê.  


A minha marmita

Continuo a dizer que não sei fazer sopa e que não é a minha comida preferida. Mas estou conformada com a realidade. 



quarta-feira, 13 de março de 2013

Uma questão de peso



Desde que me dou como gente sempre me fizeram saber que o peso é uma coisa importante. Um bebé gordinho é tão mais bonito, com as coxinhas cheias de refegos, as bochechas que dão vontade de apertar... Ooooh!!! Que gordinho! Que coisa tão linda! Depois vem a maldita escola primária! Os coleguinhas (tão amiguinhos) esquecem-se do nosso nome e passamos a ser os gordos, baleias... os coitadinhos porque são "gordinhos". E a partir daqui nunca melhora...

Nós habituamo-nos à ideia de que temos "ossos largos" e que redondo também é forma. Pelo meio, vamos tendo tentativas de mudar, mas nem sempre correm bem... Cada tentativa de mudar de corpo é uma viagem sozinha no deserto. Por vezes desistimos, outras resistimos. E conformamo-nos. Ou não. Tentamos de novo. Conseguimos... 

Conhecemos todos os mitos, poucos os factos, sobre comida e peso. Sabemos que não há segredos, que é fechar a boca e mexer o traseiro. Mas não é só isso! Nós sabemos que isso não chega. Sabemos para onde nos virar quando estamos tristes, quando nos enervamos, quando não temos fome mas vontade de comer. Umas mais doces, outras mais salgados. Eu sou dos doces. 

Nunca se come sem culpa, por gosto. Não precisamos que nos apontem ou nos digam que não devemos. Já vivemos com essa culpa como se nos apontassem o dedo em cada garfada, em cada dentada num pedaço de comida que nos sabem bem, que parece mal.

Cada quilo de derretemos, cada furo que fazemos no cinto é uma grande alegria. A certa altura começa a notar-se que estamos a mudar qualquer coisa. Recomeça a ladaínha: Estás mais magra! Vê lá o que andas a fazer! Isso das dietas não resulta! Quando parares vais voltar ao mesmo... 

Em cada ano novo, novos votos de mudança. Tentei de novo. O primeiro mês, a medo, até correu bem. Ainda falta muito para chegar ao objetivo, mas 3kg a menos não está nada mal. O segundo mês está a ser complicado. O inverno não passa, as tentações são muitas... Mas, pronto, ainda agora começou... E não vai ser agora que vou desistir!



segunda-feira, 11 de março de 2013

Douro d'ouro


Esta é a paisagem que inspirou Miguel Torga. Era aqui, a São Leonardo de Galafura, a mais de 600 m de altitude, que vinha mirar os socalcos, as vinhas, o Douro...



Depois de quase 18 km a subir (muito), em curva e contra-curva, sem saber o que nos esperava, o que poderia ser tão importante para Miguel Torga, somos agraciados com esta paisagem Património da Humanidade, património de todos nós.


É de facto uma vista incrível!

Esta foi uma visita adiada 18 anos. Valeu bem o passeio, a subida do Peso da Régua, passando por Santo Xisto, até Galafura, depois a descida de Galafura a Covelinhas.

Que bom que o J. gosta de conduzir e não se importa nada de se aventurar por estradas e becos desconhecidos. 

Que belo fim de semana! Um hotel simpático, comidinha muito, muito boa... Com ele cada viagem é sempre uma descoberta.




quinta-feira, 7 de março de 2013

Carpe Diem...





O tempo passa sem pedir licença. Vamos adiando os sonhos sem saber muito bem porquê. É o tempo que não se tem, o dinheiro que não se ganhou, as oportunidades que não aconteceram...

E o tempo passa na mesma, sem querer saber se temos tempo ou andamento para acompanhar o ritmo. Fica tudo por fazer, por dizer, por viver. E o tempo acaba...