terça-feira, 28 de maio de 2013

Mais uma volta...


É muito bom quando se lembram de nós pelo trabalho que fizemos. Não será nada de especial para muitos. Para mim é uma coisa grande.

Para já é um convite, uma coisa nova... e um grande camadão de nervos!

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Ele há cada uma...



Se há dez anos me dissessem que estaria hoje aqui, diria que não, que seria impossível. Sempre achei que este não seria o meu lugar, nada me dizia ou chamava aqui. Achava que seria outra cidade, outras pessoas, se calhar até outra profissão.

Nestes dez anos, conheci de facto outras cidades, outras pessoas, desenvolvi outras perspetivas da mesma profissão, mas acabei aqui, trazendo na bagagem tudo o que vi e vivi.

Há quem diga que a vida é feita de ciclos, que estamos sempre na roda, umas vezes em sentido ascendente outras em sentido descendente. Consigo identificar todas essas fases da minha vida.

Há seis anos estava claramente na mó de baixo. Mas não em tudo. Tinha encontrado o amor, aquele à séria, um amor paciente e que não desiste. Que não desistiu. Mas não tinha trabalho e muito menos perspetivas de o vir a ter. A licenciatura já não servia para grande coisa, mas já tinha alguma experiência que até achava que era interessante. Não sabia o que podia fazer, por onde furar. Por isso furei tudo. Bati as lojas dos centros comerciais e duas chamaram-me: uma para entrevista e outra para dobrar t-shirts durante umas horas e no fim diziam-me. Desde sempre trabalhei em part-time em lojas e em promoções, em diferentes setores, não iria ser difícil. Claro que não disseram nada.

Candidatei-me a tudo o que podia e não podia. Quis mudar de ramo e de rumo. Tinha perdido a esperança na profissão. No dia em que tinha de confirmar a minha presença numa longa formação que iria fazer a 100 km de casa, ligaram-me para ir trabalhar a quase 200km, dentro da área mas numa coisa completamente diferente. E agora? Pouco depois, mais uma chamada para uma entrevista para uma coisa que não sabia bem o que era, mas que acabou por durar mais de cinco anos. Ele há coisas!

Agora recordo-me de como foi naquela altura. As perspetivas são as mesmas, procuro mudar de ramo e de rumo. Realmente há coisas que não mudam. Na semana em que me chamam para um trabalho, chamam-me para aquela formação que queria mesmo fazer. A formação é a mesma de há seis anos, o trabalho também…

Definitivamente, não vale a pena fugir do caminho, ele apanha-nos sempre.

terça-feira, 14 de maio de 2013

La Pasta

Pode soar a "déjà vu", há poucos dias inventei qualquer coisa com massa. Por mim era todos os dias. Gosto mesmo muito. Lá se diz que o problema não é a massa, mas sim o que se come com ela. 

Estamos em tempos de contenção a muitos níveis, sobretudo calórica. Por isso, uma massinha leve com um leve acompanhamento não fará mal.

Desta vez uma lata de sardinhas em conserva (não precisa de ser a lata toda!!!) e uma sobra de massa que estava no frigorífico foram o mote de um almocinho bem saboroso. Sempre rápido e que não dê trabalho.


Massa fusilli
Sardinha em conserva
Tomate cereja
Rúcula

É muito fácil e pode-se comer frio. Para aconchegar um pouco mais, começa-se por enrugar o tomate na frigideira, acrescenta-se a massa e as sardinha, no fim põe-se a rúcula. Mistura-se tudo e está prontíssimo.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Tempo




E o tempo passa... Hoje é mais um dia que pertence ao passado. É já uma memória, uma recordação. Boa ou má, faz parte de nós, da nossa história.

Nesta corrida para o futuro, que começou no passado (mais ou menos recente), é frequente esquecermo-nos do presente, do que somos e valemos. Somos o resultado de uma operação imensa e complicada, somos um problema com muitos dados, sem resultado certo nem definitivo. Somos o que valemos por aquilo que fomos, por tudo o que fez de nós assim. Somos o que somos por dias como este, já passados; por dias que aspiravam a um futuro e corriam em sua busca, sem nunca o alcançar. É que quando se chega ao futuro, este passa logo a presente e imediatamente a passado.

Afinal, para que lado vai o tempo? Qual é a direcção que toma? Vai para a frente ou para trás? Anda às voltas, procurando o seu fio condutor?

O tempo. É ele que contamos para chegar a um futuro que queremos colorido. É com ele que contamos para sair de um passado de cores misturadas. É com tempo que esperamos chegar longe, bem longe, onde quer que isso fique. Pertença a quem pertencer o futuro, é de nós que ele depende, assim como o passado que um dia o vimos por alcançar, assim como este momento que vivo agora.

O nosso tempo tem o mapa cruzado com outros tempos, em todos os modos. É o tempo dos outros que se cruza com o nosso. O nosso tempo só faz sentido se parar de vez em quando, se nos alienarmos dele, sempre que o presente o obrigue, contrariando o passado e desafiando o futuro. A duração do tempo é ditada por nós, assim como o é a sua continuidade.

O tempo só por si não tem valor nem faz sentido. É bom ter tempo quando acontece cada respiração mais profunda ou quando ela se sustém; quando os presentes se cruzam e seguem juntos até ao futuro próximo. É bom ter noção do tempo, quando temos o nosso mundo à espera, quando esperamos por ele, quando nos cruzamos, sustemos a respiração... e caminhamos em direcção ao futuro, sem mapas nem orientações ou ficamos mesmo assim, por aqui, num presente que já foi futuro e que, como os outros, é já passado. Só faz sentido ter tempo quando temos por que o ter, quando alguém faz por tê-lo por nós.

O tempo é um poço sem fundo, um buraco vazio que nos atrai para o seu interior. Todos temos esse poço em nós, mas devemos passar por esse buraco, contorná-lo e tapá-lo, para que não caiamos nele e nos afundemos no vazio que é ter tempo e não ter por que o ter. 

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Step by step: -5kg


Pouco a pouco, isto vai ao sítio. Está a ser mais lento do que esperava, ou melhor, do que desejava, mas quero que seja um caminho sem volta.

É um processo lento, que passa sobretudo pela reprogramação do nosso chip. Temos de nos focar noutra coisa, a comida tem de servir apenas para matar a fome. Temos de não cair em tentação. Temos de nos saber redimir de termos pecado. Não é impossível, mas também não é fácil.

Nunca comi muito, mas comia muito mal. Estando sozinha, raramente cozinhava. Comia qualquer coisa e passava. Essa foi a grande mudança. Agora se não há nada feito, faz-se qualquer coisa rápida mas que alimente.

Este é um exemplo de um prato muito, muito rápido e muito, muito fácil de fazer: 

Um punhado de conchas
Uma lata de atum (bem escorrido)
Pimento
Tomate cereja
Um fio de azeite

Enquanto se coze a massa, passa-se por um fio de azeite o pimento e o tomate cereja. Deixa-se cozinhar até que o tomate fique enrugado mas não seco. Acrescenta-se o atum e mexe-se. Depois de cozida e escorrida a massa, põe-se a mistura por cima. 

Ficou muito bom, leve e quentinho. 





quarta-feira, 8 de maio de 2013

Para-arranca-para...




O primeiro mês já passou. Aliás, já entrámos no segundo, este já está quase a meio. Para já, tudo bem. E isso é mesmo estranho. Não pode ser. Não é normal.

Estar sem trabalhar não faz bem a ninguém, muito menos a mim. Odeio não ter por que sair de casa, apesar de gostar de estar em casa. Faz-me falta a pressão de ter uma agenda a cumprir, objetivos a atingir. Preciso de pessoas.

Neste vai-vem, nas intermitências, entre decisões e indecisões, esta não é uma situação nova. Já tive um mês tramado, muito lixado. Depois o problema foi adiado até à decisão irreversível. Desta vez é de vez. Acabou. Aquilo que fizeste na última meia dúzia de anos basicamente não farás mais. Não há lugar para ti nem para ninguém como tu.

Ok. E agora? Não sei.

Escrito isto, devia fazer-me à vida. Mas qual vida? O caminho que fui traçando chegou a um beco sem saída. Sei que o melhor é mudar, seguir outro rumo. Qual rumo?

Não sei o que vou fazer, o que vou estar a fazer daqui a 6 meses (parece longe), não sei o que está depois da curva. Estou inquieta, muito preocupada, mas não estou a bater mal com isso. E é isso me que aterroriza.


"Na vida, nada se resolve, tudo continua. Permanecemos na incerteza; e chegaremos ao fim sem sabermos com o que podemos contar."
André Gide

sexta-feira, 3 de maio de 2013

F.R.A.


Isto é de doidos... mas de repente vês que passaram 17 anos desde a primeira vez que traçaste a capa e foste à Serenata Monumental, cheia de pose e orgulho, porque já não és caloira. 



Pela primeira vez calças sapatinho apertadinho depois de mil anos a usar botas e sapatilhas. Pela primeira vez usas saia travada pelo joelho, depois de mil anos de calças e calções. Pela primeira vez vestes camisa branca, depois de (vá, mil também parece muito) alguns anos a usar camisas grunge. Pela primeira vez na tua vida enfias-te num blazer, depois de mil anos a usar blusões. 

Tens a estranha sensação de que não cabes naquele figurino, mas tem tudo a ver contigo. E os anos seguintes não te enganam. Nem os outros depois desses ou então não ficavas de coração apertado quando ouves as guitarradas.

Há coisas que não se explicam. Vivem-se. As saudades não são pelo desejo que o passado volte. Nada disso. É apenas a sensação boa que a memória de dias felizes nos dá. F.R.A.