segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Tempo




E o tempo passa... Hoje é mais um dia que pertence ao passado. É já uma memória, uma recordação. Boa ou má, faz parte de nós, da nossa história.

Nesta corrida para o futuro, que começou no passado (mais ou menos recente), é frequente esquecermo-nos do presente, do que somos e valemos. Somos o resultado de uma operação imensa e complicada, somos um problema com muitos dados, sem resultado certo nem definitivo. Somos o que valemos por aquilo que fomos, por tudo o que fez de nós assim. Somos o que somos por dias como este, já passados; por dias que aspiravam a um futuro e corriam em sua busca, sem nunca o alcançar. É que quando se chega ao futuro, este passa logo a presente e imediatamente a passado.

Afinal, para que lado vai o tempo? Qual é a direcção que toma? Vai para a frente ou para trás? Anda às voltas, procurando o seu fio condutor?

O tempo. É ele que contamos para chegar a um futuro que queremos colorido. É com ele que contamos para sair de um passado de cores misturadas. É com tempo que esperamos chegar longe, bem longe, onde quer que isso fique. Pertença a quem pertencer o futuro, é de nós que ele depende, assim como o passado que um dia o vimos por alcançar, assim como este momento que vivo agora.

O nosso tempo tem o mapa cruzado com outros tempos, em todos os modos. É o tempo dos outros que se cruza com o nosso. O nosso tempo só faz sentido se parar de vez em quando, se nos alienarmos dele, sempre que o presente o obrigue, contrariando o passado e desafiando o futuro. A duração do tempo é ditada por nós, assim como o é a sua continuidade.

O tempo só por si não tem valor nem faz sentido. É bom ter tempo quando acontece cada respiração mais profunda ou quando ela se sustém; quando os presentes se cruzam e seguem juntos até ao futuro próximo. É bom ter noção do tempo, quando temos o nosso mundo à espera, quando esperamos por ele, quando nos cruzamos, sustemos a respiração... e caminhamos em direcção ao futuro, sem mapas nem orientações ou ficamos mesmo assim, por aqui, num presente que já foi futuro e que, como os outros, é já passado. Só faz sentido ter tempo quando temos por que o ter, quando alguém faz por tê-lo por nós.

O tempo é um poço sem fundo, um buraco vazio que nos atrai para o seu interior. Todos temos esse poço em nós, mas devemos passar por esse buraco, contorná-lo e tapá-lo, para que não caiamos nele e nos afundemos no vazio que é ter tempo e não ter por que o ter. 

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